Não sou muito de novelas, mas ando a dar um olhinho à nova novela da TVI “Mundo ao Contrário”. É estranho, mas fala de um mundo que muitos não conhecem, mas que eu conheci de perto. Gangs e líderes de gangs, “trabalhinhos” encomendados, tráfico de droga e consumidores da mesma… na Amadora era um mundo comum.
Conheci líderes de gangs como o que mostram ali. Um deles foi um bom amigo. Um tipo que muitos conheciam como um betinho, um tipo normal e que eu conheci de perto. O nome não interessa nem sequer convém dizer, pois continua à frente dos negócios do bairro. Lembro-me de um acordo que fizemos… o segredo morria comigo e ele não fazia negócio na escola. Ele cumpriu sempre o acordo!
Tal como na ficção, as encomendas de roubos, assaltos, tareias e ajustes de contas era comuns. Soube de muitas e ele que me desculpe, mas sempre que pude alertei quem ia sofrer. Quanto a negócios, quem vive na Amadora e tem os contactos certos já fez negócios com esse pessoal. Jantes, auto rádios, CD’s, DVD’s, sei lá… vendia-se e comprava-se de tudo.
Pode parecer estranho, mas tive nesse rapaz em especial, um amigo que me safou de muita coisa. Recordo plenamente quando me roubaram a mota nas traseiras da esquadra central da Amadora e fui ao bairro dele… dois, três telefonemas depois e ele sabia onde estava a mota e tudo o resto. Sei que muitos favores teve de trocar, mas foi lá busca-la comigo.
Foram 23 anos de Amadora… e por muito que se queira, este submundo está sempre presente em quem vive naquela cidade. Ali sobrevive-se e vive-se muito pouco. Sempre a olhar por cima do ombro, sempre a vigiar as costas, sempre desconfiado…
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